24 janeiro, 2017

Metallica e os álbuns "Kill 'Em All" e "Ride The Lightning"

Este é provavelmente o maior desafio que alguma vez nos propuseram: falar bem de Metallica! Ao lado disto, coisas como correr uma maratona ou concluir uma licenciatura até parecem fáceis. É que as piadas não estão no “Kill ‘em All” ou “Ride the Lightning”, mas sim no “Load” e “Reload”… já para não falar do “Lulu” (Xiça! É que nem o título do álbum se aproveita!)
Trauteemos a “Ecstasy of Gold” nas vossas cabeças e vamos a isto!

Kill 'Em All (por Gustavo Vieira)

Grande nome para um álbum. A ideia para o nome deve-se a um desabafo de Cliff Burton sobre o facto das editoras terem rejeitado a ideia inicial para a capa e nome do álbum. O baixista disse: "Just kill 'em all". E assim ficou. Em Portugal, esse desabafo poderia ser para tanta coisa. O nome do álbum era para ter sido "Metal up your ass". Em Portugal, esse desabafo também poderia ser para tanta coisa.
A capa de Kill 'Em All ilustra o que parece acontecer quando se ouve o álbum pela primeira vez: é como uma machadada na cabeça que provoca danos e sangue espalhado pelo chão. É um álbum poderoso e tem tanto de violento como de calmante. É como aquela sensação de stress numa fila para entrar no recinto do concerto e quando entramos vamos direitos para o bar e bebemos uma cerveja de shot. Violento e calmante.
Como qualquer álbum de estreia, tem muitas influências das bandas preferidas dos músicos o que faz com que ainda não represente a verdadeira identidade da banda. Mas, vendo o percurso geral dos Metallica, ainda não sei bem qual é a verdadeira identidade da banda.
"Hit the Lights", "Motorbreath", Whiplash" e "Metal Militia" continuam a ser grandes músicas de furioso thrash metal que fazem com que qualquer metaleiro arranje uma dor no pescoço e parta meia dúzia de loiças e móveis em casa.
Agora quando oiço o álbum, estranho a voz jovem do James Hetfield. Parece que ainda estava na mudança de voz. Aliás, vendo os vídeos dessa altura parecia mesmo que ele ainda estava na puberdade.

Ride The Lightning (por Paulo Rodrigues)

O meu primeiro contacto com o “Ride the Lightining” aconteceu tinha eu 2 anos. Meti os dedos numa tomada eléctrica e ZZZZZZ (Perceberam? Raio? Choque? Ok…). Agora a sério… tal como muitos metaleiros, Metallica foi das primeiras bandas que ouvi quando comecei a dar os meus primeiros passos neste mundo alegre, colorido e altamente lucrativo que é o Heavy Metal. Só para contextualizar: tinha 15 anos, a minha 1ª namorada acabara comigo e as minhas notas de escola mais pareciam um nº de telefone. E este álbum compreendia toda a minha dor e revolta, especialmente a música “Fade to Black” que devo ter ouvido mais vezes do que o Ronaldo já ouviu a palavra “gay”. Contudo, o “Ride the Lightning” é muito mais que uma balada. Todas as músicas são excelentes, ou como se diz agora, “TOP”. Aliás, ao reouvir o disco para escrever este artigo dei comigo a pensar: “Porra! Isto não é um álbum. Isto é um Best Of!” Só é pena que não o possa ouvir mais vezes, pois o meu médico disse-me para evitar os fritos (Perceberam? Cadeira eléctrica? Fritos? Desisto…). Não gostava de terminar sem antes vos deixar uma convicção minha… atendendo à qualidade dos últimos discos, se os Metallica fossem portugueses, acredito que por esta altura já tinham lançado um álbum de versões em kizomba. A sério! Até já estou a imaginar o título: “Master of Kizomba”, ou “…And Kizomba for All”, ou o meu favorito “Kizomba ‘Em All”.





(Artigo publicado na revista Ultraje Especial Metallica - Junho 2016)

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