10 julho, 2014

Laughbanging entrevista Grog

Os Grog são os pioneiros em Portugal na prática de brutal death / grindcore. Desde 1991 que têm vindo a rebentar com os ouvidos das pessoas através dos altos decibeis do seu som e pôr muita gente a vomitar com as suas letras com as descrições de órgãos humanos frescos ou apodrecidos e o que fazer com eles quando se está aborrecido.
O álbum mais recente foi lançado em 2011 mas ainda continuam a tocar ao vivo. O Laughbanging teve a honra de poder conversar com este bando de dementes.


As capas dos vossos álbuns e demo-tapes são explícitas retratando morte, desmembramentos, corpos em decomposição, etc. Já pensaram em fazer um livro de colorir para crianças?
Neste momento, temos um grupo de trabalho de elite decomposto pelo Jim Henson, o Walt Disney e o Giger que estão em processo de brain storming no grande gasoso. A qualquer momento aguardamos uma resposta sobre o mesmo, sendo que a única certeza que temos é que esta será projectada em forma de banda desenhada no santuário de Fátima.

Vocês têm temas como "Carcassification", "Splashterized Autopsy", "Monstrous Anatomic Deformation" e "Vaginal Teen Grind Fluids Makes Us Groove". Será o vosso desejo de um dia fazer a banda sonora de um remake da série de animação Era Uma Vez o Corpo Humano?
Sim, esta série infantilóide, para desenvolvimento da puberdade mental, nutria de um pequeno problema, todos os personagens tinham excesso de pelo e muita roupa, pelo que numa primeira abordagem, pretendemos que estes sejam todos transformados em esqueletos depilados e isentos de doenças, incluindo a osteoporose. Só depois iremos dar-lhes um corpo ajustado à nossa ficção, como tal é necessário passarmos pelas fases de lubrificação, deformação e putrefação. O título que temos em mente para este remake é “Era uma vez já foste Humano!”

Será correcto dizer que a “Fellowship of the Shaved Balls” é sobre a metrossexualidade?
Tão correcto como assumir que as amêijoas são bissexuais só porque funcionam a duas válvulas ou então porque participam em convívios swinger com os parentes berbigões para apuramento genético da espécie. Sinceramente não sei qual das duas poderá ser a mais apropriada!

Rolando, a única forma de conseguires fazer blast beats ainda mais rápidos é se algum dia sofreres de Parkinson?
Espero que isso nunca aconteça pois há o risco de o universo implodir com tamanha falta de respeito para com as leis da física. Ainda há margem para progredir antes de ultrapassar a velocidade da luz, mas temo que regresse ao passado e me esqueça de como se toca bateria, ou pior, me esqueça de como comer com garfo...
Existiria ainda o problema das nossas músicas se tornarem numa sucessão de blasts de todo o tipo e feitio, non-stop, o que tornaria as músicas tão fixes que os ouvidos dos fãs derreteriam com consecutivos orgasmos múltiplos.

Ivo, vimos-te por várias vezes em programas do Gato Fedorento. Quem é que é o Ricardo Araújo Pereira dos Grog? E porquê?
Chocolate! A resposta é chocolate, porque eu gosto mesmo de chocolate. Aliás, gosto de doces, de qualquer um que tenha uma boa dose de açúcar. Também gosto de Monty Python e mamas por isso venham mais mamas com chocolate ao som de Monty Python e fico um gajo feliz e de pau feito. Acho que perdi-me...

Alex, tocas baixo sem palheta mas acredito que algures no tempo já tenhas tocado com ela… O prazer de tocar baixo com ou sem palheta é igual ao de comer frango com ou sem talheres?
Não comparo a comer frango com ou sem talheres dado que ambas as opções são hipsters. Se calhar comparo mais com matar um obeso com um tiro preciso de sniper a uma distância bem limpinha em que só ouves o tiro a entrar no crânio e som do animal a cair no chão OU esventrar o cabrão do porco bucha com uma fusca improvisada e ficar coberto de todo aquele colesterol e papeira crónica que nem uma japonesa num bukake show. A Coisa Disforme esbraceja, guincha, vive e respira que nem um bailado contemporâneo que faz amor com todos os nossos sentidos até cair para os dois lados morto sem deixar de largar um rasto de estrume elefântico. Basicamente existe todo um arco iris de sons que não consegues auferir apenas com uma "palheta" e que é difícil de abdicar.

Pedra, como é que tens conseguido manter esse grunhido ao longo destes anos, ou seja, que cuidados é que não tens com a voz?
Não sei do que falas, porém a única voz que reconheço é do Guru falecido Sinatra. Ele é que me ensinou tudo o que eu não sei até hoje, desde gargarejar semanalmente com pólvora seca até estalar os dedos dos pés para desafinar as cordas vocais.

Pedra, já alguma vez tiveste alguma “branca” quando escreves as letras e pensaste no porquê de trabalhar tanto nelas se ninguém vai perceber ao ouvi-las?
Não uso drogas, mas já tive brancas sim, porém, ocasionalmente, também tenho cremes, creio que até serão mais estas que me acompanham nestes momentos. Contudo, tudo faz mais sentido quando sinto que os ensaios com a Afrodite Estrela, onde corrijo os erros de fonética, me ajudam a elevar a autoestima vocal perante os olhares esgazeados daqueles que procuram seguir as letras ao vivo e não conseguem. 

Alguns de vós já têm filhos pelo que a questão impõe-se: quando é que acham que será altura de lhes dar a conhecer algumas das vossas músicas como “Cannibalistic Devourment”, “Raped by a Virgin” ou “Hanged by the Cojones”?
No nosso caso isso já acontece, dado existirem adaptações infantis feitas, e outras em calha, para essas músicas. Temos conhecimento de uma pessoa que as faz e estamos a pensar usa-la, numa primeira fase, como isco vivo (mas por pouco tempo) para continuar esse trabalho. Numa segunda fase, dependendo da resistência deste artista esfolado, enquanto atado pelos mamilos dentro de um aquário de osgas esfomeadas, logo vemos se há necessidade de o motivar ou não para mais colaborações.

"Abdominal contractions, aromatic fart, flatulent pig, haemorrhoidal shithead" (retirado de Sphincterized). Estavam a falar de que membro da banda?
Essa é uma informação estritamente confidencial, porém, podemos avançar que apenas o Alex não consta dos suspeitos porque se se peidasse  desapareceria.

Últimos comentários:
Um elevador cheio de gente tem um cheiro diferente para um anão. (Ivo)
O gordo que tem a minha fusca que ma devolva sff. (Alex)
Manamana! (Pedra)
Acho que sim, penso que não, no entanto talvez. (Rolando)



Género:
Brutal Death Metal/Grindcore

Line-up:
Pedra - Voz
Ivo - Guitarra
Alex - Baixo
Rolando - Bateria

Discografia:
1992 - The Bluuaaarrrgghh Rehearsal (Demo)
1993 - A Nauseating Sweet Taste (Demo)
1994 - Promo Tape '94 (Demo)
1994 - 95 Stabwounds in Your Throat (EP)
1996 - Macabre Requiems
1999 - Regurgitape (Demo)
2000 - Madness Horror and Guts Live (Demo)
2001 - Odes to the Carnivorous
2010 - Grog / Roadside Burial / Pussyvibes (Split)
2010 - Gastric Hymns Mummified in Purulency (Compilação)
2011 - Scooping the Cranial Insides

Páginas oficiais:
http://www.facebook.com/grogpt
http://grogpt.bandcamp.com/



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